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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

     AVALIAÇÃO ''TIL''        JOSÉ DE ALENCAR  

 1. (UFRR) A obra romanesca de José de Alencar introduziu na literatura brasileira quatro tipos de romances: indianista, histórico, urbano e regional. Desses quatro tipos,os que tiveram sua vida prolongada , de forma mais clara e intensa, até o Modernismo, ainda que modificados, foram:
a) Indianista e histórico;                     b) Histórico e urbano;
c) Urbano e regional;                          d) Regional e indianista;
e) Indianista e urbano;

 2. (UFPR) Qual das informações sobre José de Alencar é correta?
a) Alencar inaugurou a ficção brasileira com a publicação de sua obra Cinco minutos.
b) Alencar foi um romancista que soube conciliar um romantismo exacerbado com certas reminiscências do Arcadismo, manifestas, principalmente, na linguagem clássica.
c) Alencar, apesar de todo o idealismo romântico, conseguiu, nas obras Lucíola e Senhora, captar e denunciar certos aspectos profundos, recalcados, da realidade social e individual, em que podemos detectar um pré-realismo ainda inseguro.
d) A obra de Alencar, objetivando atingir a História do Brasil e a síntese de suas origens, volta-se exclusivamente para assuntos indígenas e regionalistas, sem incursões pelo romance urbano.
e) O indianismo de José de Alencar baseou-se em dados reais e pesquisa antropológica, apresentando, por isso, uma imagem do índio brasileiro sem deformação ou idealismo.

 3. (Fuvest) Poderíamos sintetizar uma das características do Romantismo pela seguinte aproximação de opostos:
a) Aparentemente idealista, foi, na realidade, o primeiro momento do Naturalismo Literário.
b) Cultivando o passado, procurou formas de compreender e explicar o presente.
c) Pregando a liberdade formal, manteve-se preso aos modelos legados pelos clássicos. d) Embora marcado por tendências liberais, opôs-se ao nacionalismo político.
e) Voltado para temas nacionalistas, desinteressou-se do elemento exótico, incompatível com a exaltação da pátria.

4. A que escola literária pertence Til? Cite três características dessa escola presentes na obra.


5. Explique o motivo da tristeza de Luís Galvão no trecho abaixo:
“Abraçando a mulher e beijando-a na face, de novo pôs-se o fazendeiro a caminho; e desta vez ia pensativo, quase triste. Murchara a flor da jovialidade, que se expandia momentos antes tão fresca em seu nobre semblante, e a alma franca e generosa sempre a espelhar-se em seu olhar, dir-se-ia que se acanhava.”

 6. Caracterize a personagem Berta.

 7. De acordo com o trecho abaixo, responda:
“De seu lado estremecera o rapaz ao dar com os olhos no homem da camisola, e tal foi a comoção produzida pelo encontro, que derramou-lhe no semblante a expressão de um asco misto de horror, arrancando-lhe involuntariamente dos lábios esta exclamação: —Jão Fera!...”
a) O que se dizia a respeito da índole de Jão Fera? Por que ele causava tamanho terror nas pessoas?

b) De acordo com os últimos capítulos da narrativa, essa índole se confirma?

8. Explique a razão de Barroso ter encomendado a morte de Luís Galvão.

9. Qual o tipo de narrador predominante na obra?

10. Por que Berta visitava com frequência a ex-escrava der e explicar o presente.                  


AVALIAÇÃO ''VIDAS SECAS''

1. (FUVEST) Leia o trecho para responder ao teste.
"Fizeram alto. E Fabiano depôs no chão parte da carga, olhou o céu, as mãos em pala na testa. Arrastara-se até ali na incerteza de que aquilo fosse realmente mudança. Retardara-se e repreendera os meninos, que se adiantavam, aconselhara-os a poupar forças. A verdade é que não queria afastar-se da fazenda. A viagem parecia-lhe sem jeito, nem acreditava nela. Preparara-a lentamente, adiara-a, tornara a prepará-la, e só se resolvera a partir quando estava definitivamente perdido. Podia continuar a viver num cemitério? Nada o prendia àquela terra dura, acharia um lugar menos seco para enterrar-se. Era o que Fabiano dizia, pensando em coisas alheias: o chiqueiro e o curral, que precisavam conserto, o cavalo de fábrica, bom companheiro, a égua alazã, as catingueiras, as panelas de losna, as pedras da cozinha, a cama de varas. E os pés dele esmoreciam, as alpercatas calavam-se na escuridão. Seria necessário largar tudo? As alpercatas chiavam de novo no caminho coberto de seixos." (Vidas secas, Graciliano Ramos)
 Assinale a alternativa incorreta:
a) O trecho pode ser compreendido como suspensão temporária da dinâmica narrativa, apresentando uma cena "congelada", que permite focalizar a dimensão psicológica da personagem.
b) Pertencendo ao último capítulo da obra, o trecho faz referência tanto às conquistas recentes de Fabiano, quanto à desilusão do personagem ao perceber que todo seu esforço fora em vão.
c) A resistência de Fabiano em abandonar a fazenda deve-se à sua incapacidade de articular logicamente o pensamento e, portanto, de perceber a gradual mas inevitável chegada da seca.
d) A expressão "coisas alheias" reforça a crítica, presente em toda obra, à marginalização social por meio da exclusão econômica.
e) As referências a "enterro" e "cemitério" radicalizam a caracterização das "vidas secas" do sertão nordestino, uma vez que limitam as perspectivas do sertanejo pobre à luta contra a morte.

2. (FUVEST) Um escritor classificou Vidas secas como “romance desmontável”, tendo em vista sua composição descontínua, feita de episódios relativamente independentes e sequências parcialmente truncadas.
Essas características da composição do livro:
a) constituem um traço de estilo típico dos romances de Graciliano Ramos e do Regionalismo
nordestino.
b) indicam que ele pertence à fase inicial de Graciliano Ramos, quando este ainda seguia os ditames do primeiro momento do Modernismo.
c) diminuem o seu alcance expressivo, na medida em que dificultam uma visão adequada da realidade sertaneja.
d) revelam, nele, a influência da prosa seca e lacônica de Euclides da Cunha, em Os sertões.
e) relacionam-se à visão limitada e fragmentária que as próprias personagens têm do mundo.

3. (PUC-SP)
O mulungu do bebedouro cobria-se de arribações. Mau sinal, provavelmente o sertão ia pegar fogo. Vinham em bandos, arranchavam-se nas árvores da beira do rio, descansavam, bebiam e, como em redor não havia comida, seguiam viagem para o Sul. O casal agoniado sonhava desgraças. O sol chupava os poços, e aquelas excomungadas levavam o resto da água, queriam matar o gado. (…) Alguns dias antes estava sossegado, preparando látegos, consertando cercas. De repente, um risco no céu, outros riscos, milhares de riscos juntos, nuvens, o medonho rumor de asas a anunciar destruição. Ele já andava meio desconfiado vendo as fontes minguarem. E olhava com desgosto a brancura das manhãs longas e a vermelhidão sinistra das tardes. (…)
O trecho acima é de Vidas Secas, obra de Graciliano Ramos. Dele, é incorreto afirmar-se que:
a) prenuncia nova seca e relata a luta incessante que os animais e o homem travam na constante defesa da sobrevivência.
b) marca-se por fatalismo exagerado, em expressão como “o sertão ia pegar fogo”, que impede a manifestação poética da linguagem.
c) atinge um estado de poesia, ao pintar com imagens visuais, em jogo forte de cores, o quadro da penúria da seca.
d) explora a gradação, como recurso estilístico, para anunciar a passagem das aves a caminho do Sul.
e) confirma, no deslocamento das aves, a desconfiança iminente da tragédia, indiciada pela “brancura das manhãs longas e a vermelhidão sinistra das tardes”.

4. (UFLA) Sobre a obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, todas as alternativas estão corretas, EXCETO:
a) O romance focaliza uma família de retirantes, que vive numa espécie de mudez introspectiva, em precárias condições físicas e num degradante estado de condição humana.
b) O relato dos fatos e a análise psicológica dos personagens articulam-se com grande coesão ao longo da obra, colocando o narrador como decifrador dos comportamentos animalescos dos personagens.
c) O ambiente seco e retorcido da caatinga é como um personagem presente em todos os momentos, agindo de forma contínua sobre os seres vivos.
d) A narrativa faz-se em capítulos curtos, quase totalmente independentes e sem ligação cronológica e o narrador é incisivo, direto, coerente com a realidade que fixou.
e) O narrador preocupa-se exclusivamente com a tragédia natural (a seca) e a descrição do espaço não é minuciosa; pelo contrário, revela o espírito de síntese do autor.

5. (UEL) O texto abaixo apresenta uma passagem do romance Vidas secas, de Graciliano Ramos, em que Fabiano é focalizado em um momento de preocupação com sua situação econômica. Escrito em 1938, esta obra insere-se num momento em que a literatura brasileira centrava seus temas em questões de natureza social.  "Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos.    Tolice, quem é do chão não se trepa. Consumidos os legumes, roídas as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o produto das sortes. Resmungava, rezingava, numa aflição, tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se, engolia em seco."
(In: RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 55. ed. Rio de Janeiro: Record, 1991.)
           Sobre este trecho do romance, somente está INCORRETO o que se afirma na alternativa:
a) Este trecho resume a situação de permanente pobreza de Fabiano e revela-se como uma crítica à economia brasileira e às relações de trabalho que vigoravam no sertão nordestino no momento em que a obra foi criada. Isso pode ser confirmado pelas orações: "... Consumidos os legumes, roídas as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o produto das sortes...."
b) A oração: "Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça" tanto pode ser o discurso do narrador que revela o pensamento de Fabiano, quanto pode ser o próprio pensamento dessa personagem. Esse modo de narrar também ocorre com as demais personagens do romance.
c) A oração: "... Resmungava, rezingava, numa aflição, tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se, engolia em seco" indica a voz do narrador em terceira pessoa, ao mostrar o estado de agonia em que se encontra a personagem.
d) A expressão “Forjara planos”, típica da linguagem culta, é seguida no texto por um provérbio popular: “quem é do chão não se trepa”. Essa mudança de registro linguístico é reveladora do método narrativo de Vidas secas, que subordina a voz das classes populares à da elite.
e) O texto tem início com a esperança de Fabiano de mudanças em sua situação econômica; a seguir, passa a focalizar a realidade de pobreza em que a personagem se encontra, e finaliza com sua revolta e angústia diante da condição de empregado, sempre em dívida com o patrão.
6. (ACAFE / SC) A vida na fazenda se tornara difícil. Sinhá Vitória benzia-se tremendo, manejava o rosário, mexia os beiços rezando rezas desesperadas. Encolhido no banco do copiar, Fabiano espiava a catinga amarela, onde as folhas secas se pulverizavam, trituradas pelos redemoinhos, e os garranchos se torciam, negros, torrados. No céu azul, as últimas arribações tinham desaparecido. Pouco a pouco os bichos se finavam, devorados pelo carrapato. E Fabiano resistia, pedindo a Deus um milagre.
De acordo com o fragmento acima, é incorreto o que se afirma em:
a) Tanto Sinhá Vitória quanto Fabiano tinham fé na providência divina.
b) O enfoque é narrativo.
c) O que se relata ao longo do parágrafo tem o objetivo de confirmar a afirmação da primeira frase.
d) Há evidências de que Sinhá Vitória e Fabiano estão fragilizados, pois ela "benzia-se tremendo" e ele estava "encolhido na banco do copiar".
e) O tema predominante é a indagação metafísica sobre a existência (inexistência) de Deus.

7. (ACAFE / SC) Baleia queria dormir. Acordaria feliz num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes. (Graciliano Ramos)
Sobre o texto acima, é correto afirmar que:
a) há marcas próprias do chamado discurso direto através do qual são reproduzidas as falas das personagens.
b) o narrador é observador, pois conta a história de fora dela, na terceira pessoa, sem participar das ações, como quem observou objetivamente os acontecimentos.
c) quem conta a história é uma das personagens, que tem uma relação íntima com as outras personagens, e, por isso, a maneira de contar é fortemente marcada por características subjetivas, emocionais.
d) evidencia-se um conflito entre a protagonista Baleia e o antagonista Fabiano, pois este impede que a cadela possa caçar os preás.
e) o narrador é onisciente, isto é, geralmente ele narra a história na terceira pessoa, sabe tudo sobre o enredo e sobre as personagens, inclusive sobre suas emoções, pensamentos mais íntimos, às vezes, até dimensões inconscientes.

8. (ACAFE / SC) Sobre a obra Vidas secas, é correto afirmar que:
a) a preocupação com a fidedignidade histórica e com o tom épico atenua o sentimento dramático da vida, habitualmente presente nos poemas do autor.
b) apresenta temática indianista, a exemplo do que fizera Gonçalves Dias em Os timbiras e Canção do tamoio.
c) as personagens humanas, em razão da seca, da fome, da miséria e das injustiças sociais, animalizam-se; em contrapartida, os bichos humanizam-se.
d) Chico Bento, antes da seca, não era vagabundo, nem bandido; era um trabalhador rural. e) narra a história de um burguês, Paulo Honório, que passara da condição de caixeiro-viajante e guia de cego à de rico proprietário de uma fazenda. Para atingir seus objetivos, o protagonista elimina todos os empecilhos que se colocam à sua frente, inclusive pessoas.

9. (ACAFE / SC) Analise as afirmações abaixo.
(I) "Será um romance? É antes uma série de quadros, de gravuras em madeira, talhadas com precisão e firmeza."
(II) "Construído como uma longa narrativa oral, o romance tem como personagem-narrador Riobaldo, um velho fazendeiro, que já foi homem de letras e de armas e que vive às margens do rio São Francisco."
(III) "Com a análise psicológica do universo mental das personagens, que expõe por meio do discurso indireto livre, o narrador nos vai decifrando a sua humanidade embotada, confundida com a paisagem áspera do sertão, neste romance que transcende o regionalismo e seu contexto específico."
(IV) "Emprestando dinheiro a juros, negociando de arma engatilhada no sertão, passando fome e sede, [o protagonista] consegue acumular algum capital e com ele volta para a sua terra, no município de Viçosa, Alagoas, onde ficava a propriedade."
(V) "O tema do poema é o itinerário do retirante nordestino, que parte do sertão paraibano em direção ao litoral, em busca de sobrevivência, devido à seca e às precárias, senão insustentáveis, condições de vida da maioria da população.
Todas as afirmações que se referem à obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, estão relacionadas em:
a) I – III               b) II - IV – V                  c) III – V                        d) II - III – IV                      e) I - II - IV

10. (UNIARAXÁ) Leia o fragmento abaixo transcrito da obra Vidas Secas e responda a questão a seguir.’’ Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e não sentiam a quentura da terra. Montado confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia. A pé, não se aguentava bem. Pendia para um lado, para o outro lado, cambaio, torto e feio. Às vezes, utilizava nas relações com as pessoas a mesma língua com que se dirigia aos brutos – exclamações, onomatopeias. Na verdade falava pouco. Admira as palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas em vão, mas sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas’’. (Graciliano Ramos)   O texto, no seu conjunto, enfatiza:
(A) A pobreza física do personagem.
(B) A falta de escolaridade do personagem.
(C) A miséria moral do personagem.
(D) A identificação do personagem com o mundo animal.
                                                                    
                                                                              QUESTÃO DISCURSIVA

1. (UNICAMP ) Em Vidas Secas, após ter vencido as dificuldades, postas no início da narrativa, Fabiano afirma: “Fabiano, você é um homem...”. Corrige-se logo depois: “Você é um bicho, Fabiano”. Em seguida, encontrando-se com a cadelinha, diz: “Você é um bicho, Baleia”. Ao chamar a si mesmo e a Baleia de “bicho”, Fabiano estabelece uma identificação com ela. Na leitura de Vidas Secas, podem-se perceber vários motivos para essa identificação. Cite dois desses motivos.

Gabarito
VIDAS SECAS
1-c; 2-e; 3-b; 4-e; 5-d; 6-e; 7-e; 8-c; 9-a;10-d

QUESTÃO  DISCURSIVA

 (UNICAMP 1998) Em Vidas Secas, após ter vencido as dificuldades, postas no início da narrativa, Fabiano afirma: “Fabiano, você é um homem...”. Corrige-se logo depois: “Você é um bicho, Fabiano”. Em seguida, encontrando-se com a cadelinha, diz: “Você é um bicho, Baleia”. Ao chamar a si mesmo e a Baleia de “bicho”, Fabiano estabelece uma identificação com ela. Na leitura de Vidas Secas, podem-se perceber vários motivos para essa identificação. Cite dois
desses motivos.

Fabiano chega a afirmar que se sente resistente como um bicho, por sobreviver à seca, do mesmo modo que Baleia; ele também tem enorme dificuldade para se    expressar, fazendo-o por meio de gestos e de sons guturais como “Hum!”, “An!”, o que poderia ser comparados aos latidos de Baleia. Fabiano também tem dificuldades para elaborar ideias mais complexas; quase sempre fica confuso, o que pode se relacionar à irracionalidade de Baleia.





AVALIAÇÃO ''MEMÓRIAS DE SARGENTO DE MILÍCIAS''

1. (PUC) Das alternativas abaixo, indique a que contraria as características mais significativas do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida: 
a) Romance de costumes que descreve a vida da coletividade urbana do Rio de Janeiro, na época de D. João VI.
b) Narrativa de malandragem, já que Leonardo, personagem principal, encarna o tipo do malandro amoral que vive o presente, sem qualquer preocupação com o futuro.
c) Livro que se liga aos romances de aventura, marcado por intenção crítica contra a hipocrisia, a venalidade, a injustiça e a corrupção social.
(d) Romance histórico que pretende narrar fatos de tonalidade heroica da vida brasileira, como os vividos pelo Major Vidigal, ambientados no tempo do rei.

2. (FUVEST) O enterro saiu acompanhado pela gente da amizade: os escravos da casa fizeram uma algazarra tremenda. A vizinhança pôs-se toda à janela, e tudo foi analisado, desde as argolas e galões do caixão, até o número e qualidade dos convidados; e sobre cada um dos pontos apareceram três ou quatro opiniões diversas. (Manuel Antônio de Almeida – Memórias de um sargento de milícias)
O trecho acima exemplifica uma das características fundamentais do romance que é:
a) o retrato fiel dos usos e costumes do Rio de Janeiro no segundo reinado.
b) o caráter mórbido dos personagens sempre envolvidos com a morte.
c) sentimentalismo comum aos romances escritos durante o Romantismo.
d) a descrição de fatos relacionados à cultura e ao comportamento popular.

3. (FUVEST) Memórias de um Sargento de Milícias não apresenta a idealização e sentimentalismo comuns ao Romantismo. É uma obra excêntrica, bastante diferente das narrativas dessa escola literária.
Assinale a alternativa em que se evidencia o anti-sentimentalismo, o distanciamento do lugar-comum romântico. a) "Isto tudo vem para dizermos que Maria Regalada tinha um verdadeiro amor ao major Vidigal."
b) "Não é também pequena desventura o cairmos nas mãos de uma mulher a quem deu na veneta querer-nos bem deveras."
c) "O Leonardo estremeceu por dentro, e pediu ao céu que a lua fosse eterna; virando o rosto, viu sobre seus ombros aquela cabeça de menina iluminada."
d) "Sem saber como, unia-se ao Leonardo, firmava-se com as mãos sobre os seus ombros para se poder sustentar mais tempo nas pontas dos pés, falava-lhe e comunicava-lhe a sua admiração."

4. (CEFET-PR) Em relação à obra Memórias de um Sargento de Milícias, marque a alternativa correta:
a) O tempo dos acontecimentos que envolvem Leonardo Pataca e seu filho, Leonardo, é
o mesmo em que o narrador escreve o romance.
b) A linguagem do romance é bem romântica, idealizando muito e sempre os fatos que se
revelam sob um prisma enaltecedor.
c) A instituição familiar, especialmente, a família composta por Leonardo Pataca, Maria e o herói da narrativa é sobretudo burguesa, ordeira e sólida.
d) O cotidiano fluminense, simultaneamente devoto e profano, revela-se a partir de uma linguagem prosaica em que as festas religiosas são pintadas em parte como folias carnavalescas.

5. (FUVEST) Leia o trecho transcrito de Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida para responder ao teste. "Enquanto a comadre dispunha seu plano de ataque contra José Manuel, Leonardo ardia em ciúmes, em raiva, e nada havia que o consolasse em seu desespero, nem mesmo as promessas de bom resultado que lhe faziam o padrinho e a madrinha. O pobre rapaz via sempre diante de si a detestável figura de seu rival a desconcertar-lhe todos os planos, a desvanecer-lhe todas as esperanças. Nas horas de sossego entregava-se às vezes à construção imaginária de magníficos castelos, castelos de nuvens, é verdade, porém que lhe pareciam por instantes os mais sólidos do mundo; de repente surdia-lhe de um canto o terrível José Manuel com as bochechas inchadas; e soprando sobre a construção, a arrasava num volver d'olhos."

Assinale a alternativa incorreta a respeito do trecho transcrito:
a) A cena pode ser considerada como mais um dos exemplos de mobilização que Leonardo provoca em seus protetores, os quais se dedicam continuamente a resolver os problemas do herói.
b) Diferentemente de outras passagens, Leonardo comporta-se como um herói romântico que se desestabiliza emocionalmente ao pensar no seu rival.
c) Os sonhos fantasiosos e apaixonados de Leonardo indicam o caráter complexo do herói, pois, ainda que seja malandro, conserva a sensibilidade romântica, quando se trata da disputa pela mulher amada.
d) O humor presente no trecho advém sobretudo do comportamento sentimental exagerado de Leonardo em contraste com o tom de deboche do narrador.

6. (PUC-SP) Em Memórias de um sargento de milícias, considerado como um todo, há uma forte caracterização dos tipos populares entre os quais destaca-se a figura de Leonardo filho. Indique a alternativa que contém dados que caracterizam essa personagem:
a) Narrador das peripécias relatadas em forma de memórias, conforme vem sugerido no título do livro, torna-se exemplo de ascensão das camadas sociais menos privilegiadas.
b) Anti-herói, malandro e oportunista, espécie de pícaro pela bastardia e ausência de uma linha ética de conduta.
c) Herói de um romance sem culpa, representa as camadas populares privilegiadas dentro do mundo da ordem.
d) Representante típico da fina flor da malandragem, ajeita-se na vida, porque protegido do Vidigal, permanece imune às sanções sociais e em momento algum é recolhido à cadeia.

7. (UFLA) Relacione personagens de “Memórias de um Sargento de Milícias”, de Manuel Antônio de Almeida, e características a que se referem:
1) A cigana
( ) Detesta Leonardo Filho.
(2) O Major Vidigal
( ) Desperta paixões em Leonardo pai e no mestre de rezas.
(3) A vizinha do barbeiro
( ) Adora demandas judiciais.
(4) O mestre de rezas
( ) É ridicularizado por Leonardo numa das estrepolias de sua infância.
(5) D. Maria
( ) É o único personagem histórico do livro.                                                                                


8. (FUVEST) Leia o texto e as afirmações que seguem para responder ao teste.

"O pequeno, enquanto se achou novato em casa do padrinho, portou-se com toda a sisudez e gravidade; apenas porém foi tomando mais familiaridade, começou a pôr as manguinhas de fora.
Apesar disto, captou do padrinho maior afeição, que se foi aumentando de dia em dia, e que em breve chegou ao extremo da amizade cega e apaixonada. Até nas próprias travessuras do menino, as mais das vezes, achava o bom do homem muita graça; não havia para ele em todo o bairro rapazinho mais bonito, e não se fartava de contar à vizinhança tudo o que ele dizia e fazia; às vezes eram verdadeiras ações de menino mal-criado, que ele achava cheio de espírito e de viveza; outras vezes eram ditos que denotavam já muita velhacaria para aquela idade, e que ele julgava os mais ingênuos do mundo."

(Memórias de um sargento de milícias, Manuel Antônio de Almeida)

I. Embora se distancie de muitos dos padrões estabelecidos pelo Romantismo, Memórias de um sargento de milícias apresenta uma linguagem ornamentada, metafórica, bem ao gosto romântico.
II. A postura do padrinho em relação ao afilhado Leonardo pode ser comparada àquela adotada pelo pai de Brás Cubas em relação ao filho: as travessuras são vistas com deslizes ingênuos e constituem motivo de orgulho paterno.
III. A "velhacaria" que Leonardo apresenta na infância pode ser associada à esperteza precoce da personagem Macunaíma, o que constitui um dos pontos em comum existentes entre esses dois anti-heróis.
IV. Pelo fato de Leonardo, Brás Cubas e Macunaíma serem protagonistas que se revelam desde a infância endiabrados, maliciosos e cínicos, as três obras Memórias de um sargento de milícias, Memórias Póstumas de Brás Cubas e Macunaíma são consideradas exemplo, de narrativas picarescas.

Estão corretas as afirmações:

a) I, II, III e IV.              b) I, II e III.            c) II, III e IV.               d) II e III.             e) II e IV.




                              


Avaliação ''O cortiço''

     1. (UFAM) Das frases abaixo, apenas uma, por não conter características do Naturalismo, não expressar com acerto uma parte do enredo ou não conter o nome de um dos personagens de O Cortiço, NÃO pertence a esse romance. Assinale-a:
A) “A mulata era o prazer, era a volúpia, era o fruto dourado (...) onde a alma de Jerônimo aprendeu lascívias de macaco e onde seu corpo porejou o cheiro sensual dos bodes”.
 B) “A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a “Machona”, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos, anca de animal do campo”.
C) “As corridas até à venda reproduziam-se, transformando-se num verminar constante de formigueiro assanhado”.
D) “Um bruxuleio barato no fundo da biboca dos retirantes, que, perdida na amplidão do latifúndio, ficava menor, semelhando um ninho caído, modificava-lhes a impressão da vida”
E) “De repente, veio enorme borboleta de fogo adejar luxuriosamente em torno da imensa rosa, em cujo regaço a virgem permanecia com os peitos franqueados”.

2-(UFAM) Assinale a alternativa incorreta feita a propósito do romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo:
A) É também uma história de corrupção, centrada na animalização humana estimulada pelo sexo e pelo dinheiro.
B) O verdadeiro protagonista desse romance é uma comunidade popular explorada em proveito da burguesia ascendente da época.
C) Observam-se sátiras a alguns tipos predominantes na época: o comerciante rico e grosseiro, a velha beata e raivosa, o cônego relaxado e comilão.
D) O enredo não gira em função de pessoas, havendo muitas descrições precisas onde cenas coletivas e tipos psicologicamente primários fazem o conjunto.
e) Existe uma divisão clara entre a vida dos que venceram, como João Romão, senhor da pedreira e do cortiço, e a labuta dos humildes que se exaurem na luta pela sobrevivência.

3-(UFLA) Leia o texto para responder à questão.
O CORTIÇO (Aluísio de Azevedo)
Estalagem de São Romão. Alugam-se casinhas e tinas para lavadeiras.” As casinhas eram alugadas por mês e as tinas por dia; tudo pago adiantado. O preço de cada tina, metendo a água, quinhentos réis; sabão à parte. As moradoras do cortiço tinham preferência e não pagavam nada para lavar. (...)
E aquilo se foi constituindo numa grande lavanderia, agitada e barulhenta, com as suas cercas de varas, as suas hortaliças verdejantes e os seus jardinzinhos de três e quatro palmos, que apareciam como manchas alegres por entre a negrura das limosas tinas transbordantes e o revérbero das claras barracas de algodão cru, armadas sobre os lustrosos bancos de lavar. E os gotejantes jiraus, cobertos de roupa molhada, cintilavam ao sol, que nem lagos de metal branco.
E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se como larvas no esterco. (O Cortiço. São Paulo, Ática, 1997)
A fusão entre os seres e o ambiente a que pertencem é um traço naturalista fortemente presente no fragmento.
Indique a alternativa que melhor expressa essa característica.
a)"Diga-me com quem tu andas e eu te direi quem és" / "Filho de peixe peixinho é."
b) Vão-se os anéis, ficam os dedos” / “Cada macaco no seu galho.”
c) “Ri melhor quem ri por último” / “Nem todos os dedos da mão são iguais.”
d) “Antes só do que mal acompanhado” / “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.”
e) “O que os olhos não veem o coração não sente” / “De grão em grão a galinha enche o papo.”

4- . (UNILAVRAS) Com relação à obra O Cortiço, de Aluísio Azevedo:
I - É uma obra que pertence ao Naturalismo brasileiro.
II - Como uma obra Naturalista, faz uma abordagem patológica do homem.
III - Por ser escrita no século XIX é uma obra romântica.
A) Apenas a afirmativa I está correta.
B) Apenas a afirmativa II está correta.
C) Apenas a afirmativa III está correta.
D) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
E) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.

5-  (UFLA) Relacione os trechos da obra O Cortiço, de Aluísio de Azevedo, às características realistas/naturalistas seguintes que predominam nesses trechos e, a seguir, marque a alternativa CORRETA:
1. Detalhismo.
2. Crítica ao capitalismo selvagem.
3. Força do sexo.
( ) “(...) possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignado as mais duras privações. Dormia sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira, fazendo travesseiro de um saco de estepe cheio de palha.”
( ) “(...) era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas de fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras.”
( ) “E seu tipo baixote, socado, de cabelos à escovinha, a barba sempre por fazer (...) Era um pobre diabo caminhando para os setenta anos, antipático, muito macilento.”
a) 2, 1, 3          b) 1, 3, 2       c) 3, 2, 1         d) 2, 3, 1         e) 1, 2, 3

6- (UNIFESP / SP) Em O cortiço, o caráter naturalista da obra faz com que o narrador se posicione em terceira pessoa, onisciente e onipresente, preocupado em oferecer uma visão crítico- analística dos fatos. A sugestão de que o narrador é testemunha pessoal e muito próxima dos acontecimentos narrados aparece de modo mais direto e explícito em:
a) Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo.
b) Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes que se despejavam sobre as chamas.
c) Da casa do Barão saíam clamores apopléticos...
d) A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa.
e) Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada...

7-Relacione:
a)Miranda                                   (      )dono de uma venda no subúrbio do Rio de  Janeiro .
b)Pombinha                                (      )Escrava fugida amante e companheira de João Romão.
c)Bertoleza                                 (      )comerciante rico ,mora perto do cortiço
d)João Romão                            (      )esposa de  Jerenômino.
e) Piedade                                  (      )filha de dona Isabel ,sabe ler e escrever

8- Em relação aos gêneros literários e a periodização literária brasileira, e considerando que O CORTIÇO foi publicado em 1890, época áurea do Realismo/Naturalismo no Brasil, julgue os seguintes itens.
(1) Evidenciam-se no texto elementos científicos-positivistas característicos do Naturalismo.(   )
(2) O fragmento, apesar da época em que foi publicado, apresenta traços do Arcadismo.(    )
(3) Percebe-se no texto uma dessacralização da mulher, em face dos padrões românticos.(     )

Gramática pedagógica do português brasileiro, Marcos Bagno

sábado, 22 de junho de 2013

Doras e Carmosinas

As marcas que deixamos em nossos alunos




 DORAS E CARMOSINAS
Fernanda Montenegro
Há momentos em que os anos vividos nos obrigam olhar em volta e fazer uma revisão das nossas perdas e dos nossos danos. Se hoje estou sendo agraciada com a mais alta condecoração de nosso país, é porque sou resultado de muitas influências e convivências. Centenas de companheiros e personagens me formaram, me educaram e estão comigo sempre. Não me refiro só a minha família de sangue, mas principalmente à minha família de opção...
Mas existe o antes. A infância. E – porque não? O período da minha educação primária. Acho que é aí que tudo começa. Ao trabalhar o mundo da professora Dora de Central do Brasil, lá na infância é que fui buscar, na minha memória, as primeiras professoras que me alfabetizaram. Credenciadas, respeitadas, prestigiadas professoras primárias da minha infância. Professoras de escolas públicas que eu freqüentei, no subúrbio do Rio.
Eu me lembro especialmente com muito carinho de dona Carmosina Campos de Menezes, que me alfabetizou. E mais do que isso, que me ensinou a ler, o que é um degrau acima da alfabetização. Naquele tempo, as professoras ainda se chamavam Carmosinas, Afonsinas, Ondinas. Busquei na memória a figura de Dona Carmosina para me aproximar da professora Dora (para mim, personagem não é ficção). E vi como seria trágico se a minha tão prestigiada e amada Dona Carmosina viesse a se transformar, por carências existenciais e sociais, numa endurecida e miserável Dora. Foi essa visão de tantas perdas que me deu o emocional da cena final do filme quando Dora escreve “tenho saudade de tudo”.
Saudade é uma palavra forte e uma forma profunda de chamamento, de invocação. Entre Carmosina e Dora lá se vão sessenta anos. Penso que minha vocação de atriz foi sensibilizada a partir das leituras em voz alta, leituras muito exigidas, cuidadas, orgânicas, que nós alunos fazíamos usando os livros de português do antigo curso primário. As primeiras coisas que decorei na vida foram dois poemas que Dora Carmosina mandou (é essa a palavra, mandou) que decorássemos nas férias de dezembro: “Meus oito anos” de Casimiro de Abreu e “Canção do exílio” de Gonçalves Dias. Na volta das férias naquele ano de 1937, eu, mesmo tímida, envergonhada e encantada declamei: “Oh! Que saudades eu tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais. Que amor, que sonhos, que flores, naquelas tardes fagueiras, à sombra das bananeiras, debaixo dos laranjais”. Essas bananeiras e esses laranjais não eram licença poética. Os subúrbios de nossas cidades ainda não tinham sofrido essa degradação ambiental que infelizmente se fez presente com o passar dos anos. Vi muitos Brasis entre esses meus oito anos, os oitos anos do poeta e essas duas mulheres: Carmosina e Dora. Vejo essa passagem de tempo, claro, com alegrias e ganhos, mas também com muitas perdas e dor. Sou atriz e confesso a minha deformação profissional: esse sentimento de perdas, essa nostalgia me ajudaram a resgatar o emocional dessa desprotegida e amarga Dora ao intuir que dentro dessas Doras desiludidas existe sempre uma Carmosina à espera de um ombro e de um socorro.
Senhor Presidente, nesta nossa confraternização de artistas e autoridades como não lembrar o milagre que a educação e a cultura produzem em todo ser humano. É este, me parece, o espírito que nos une aqui, neste espaço, e por estarmos diante da mais alta autoridade de nosso país, que é Vossa Excelência, a herança cultural da reivindicação artística e social se apresenta...Mas, Vossa Excelência é um democrata e um professor, por isso peço a Vossa Excelência me dar o direito de não resistir, mesmo porque acredito que estamos numa concordância de vontades. Senhor presidente, precisamos urgentemente de muitas, muitas Carmosinas e, se possível nenhuma Dora. Vossa Excelência tem poder para transformar as Doras em Carmosinas. O país lhe deu esse poder. Eu tenho um sonho que certamente é também um sonho de Vossa Excelência e de muitos, muitos brasileiros. Eu tenho um sonho (parodiando o notável reverendo americano) que um dia, realmente, todas as desesperadas Doras serão resgatadas desses ônibus perdidos que atravessam esse nosso sertão de miséria e que a elas será dado nem que seja uma parcela daquele reconhecimento e respeito social das professoras Carmosinas da minha infância. Doras com visão de futuro, com auto-estima, economicamente ajustadas. Professoras Doras inventivas, confiantes, no seu magistério para que possam ser amadas como seres humanos e (por que não?) como personagens também. Muito amadas e lembradas por todos os Vinícius e todos os Josués de nosso país. Mesmo assim prefiro as Carmosinas... Que Dora compreenda e me perdoe. Vale a troca. Para o fortalecimento da nossa educação, da nossa cultura, vale a pena, senhor presidente, se a nossa alma, isto é, se a realização do sonho de todos nós, se essa realização não for pequena. Faço de Dora e Carmosina minhas companheiras neste meu agradecimento. Ignorá-las seria desprezar a minha e a realidade da minha, não digo velhice, mas da minha madureza.
__________________________________________________________________
1. Esse texto foi lido por Fernanda Montenegro quando recebeu do então Presidente Fernando Henrique merecida homenagem pela premiação do filme dirigido por Walter Salles, Central do Brasil, onde ela vive a personagem principal, uma professora que vive de escrever cartas para analfabetos na estação Central do Brasil no Rio de Janeiro.

domingo, 16 de junho de 2013


 
 FICHAS DE LEITURA
 
Leia este poema de Fernando Paixão:

O que dizem

sol

Abro o olho

Todo dia

 
cadeira

Com quatro pés

Sento no chão

 
sapato

Pé de pato

Não precisa de mim

 
céu

Meu espelho

Fica no fundo do mar

 
lua

De noite

Espio a rua

 
árvore

Já fui somente

Uma semente

 
chapéu

Sou coroa

de reis pobres
poeta

Estou aqui

Dentro das letras

 

Fernando Paixão                      

 

FICHAS DE LEITURA

Plano de aula

Disciplina: Língua Portuguesa                                                     

Público alvo: 6ºano

Gênero – Poesia

Duração: 3 aulas

Pré-requisitos: Conhecimento estrutural de um poema.

 Objetivo Geral

* Conhecer as técnicas da sonoridade e imagens do poema e produzir poemas a partir dessas técnicas.

*Levar os alunos a desenvolver o hábito de usar o dicionário.

*Analisar e identificar o gênero poema;

* Identificar aspectos e características do gênero;

 Objetivos Específicos

*Conhecer o gênero poema e suas características;

*Ampliar o vocabulário;

*Desenvolver a oralidade;

*Desenvolver o hábito da leitura;

*Ser capaz de produzir um pequeno poma.

Metodologia

*Conceituar o gênero textual poema;

*Apresentar as características de um poema;

 *Falar a respeito do escritor.

Habilidades

*Escrita, leitura e oralidade;

*Conhecimento prévio;

*Definição de construção do tema ou ideia principal.

Estratégias

*Pesquisar no dicionário das palavras;

*Desenhos e imagens.                                                                                                                                               

Cronograma

*No primeiro momento, explicar o que é um poema;

*Professor lendo o poema em voz alta se possível gesticulando, declamando o poema;

*Apresentar as características de contos;

*Explicar os diversos elementos que compõem o poema (rimas, estrofes);

*Proposição da escrita das palavras do poema;

*Leituras de alguns poemas confeccionados pelos alunos;

*Discussão e debate sobre os contos lidos.

Avaliação

* Participação dos alunos nas atividades propostas em sala de aula;

 *Interesse e motivação dos alunos durante a produção textual;

*Confecção de um poema;



 Fichas

Depois de ler e comentar o poema, entregarei a cada aluno da sala uma ficha com algumas palavras.

Agora é o aluno que vai escrever o poema através das fichas, que foram entregues, depois de concluído, vamos mostrar através da leitura como ficou o poema de cada aluno da classe.

Exemplo de palavras nas fichas :livro, poeta, professor, verão, vento , noite, dia, coração, mãe e outras.

Não se esqueça sempre mostrando ao aluno o poema de Fernando Paixão.

Se quiser pode levar os alunos na sala de informática e digitar seus poemas, depois de pronto.
 Dicléia